sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUEM SOU EU


Comecei a me interessar por desenho ainda criança e influenciado por quadrinhos desenhava muito criando histórias e personagens. Apesar da paixão só fui me decidir mesmo aos 20 anos e então resolvi vestir essa camisa onde até hoje estou. Nascido em Belo Horizonte onde resido, trabalho como designer há mais de 20 anos, sou do tempo da caneta nanquim, das colagens, tintas guache, letrasets, Pantones, réguas e outros, onde a prancheta era a principal ferramenta do desenhista como a maleta de um médico. Do tempo onde era preciso uma boa equipe para se desenvolver um trabalho desde o layout até a arte final, onde cada arte era tratada quase como um filho, cada artista tinha o se traço e isso contava muito. Minha vida como designer tem três etapas, como nunca havia estudado arte e sempre como autodidata. Naquele tempo não havia cursos na área e se havia não estava ao meu alcance, na verdade cursos não contavam muito, você fazia o teste e se seu traço era bom e sua arte era rápida e limpa, pronto estava quase empregado.
Comecei no mundo do design como desenhista arte finalista de sacolas, criava as estampas e logos, as artes tinham de ser limpas e precisas, não podia haver erros, pois se perdia tempo e material caro. Trabalhei um tempo como design de jóias, não digo que não gostei, mas a empresa não investiu no processo criativo, fazia mais concertos do que criações e não tinha cursos em Belo Horizonte, teria de sair do estado pra estudar. Então resolvi mudar e entrei para o mundo gráfico. Não existia a profissão de design gráfico, era desenhista: copista, arte finalista ou layoutman. Foi uma ótima experiência pra mim, criava todo o tipo de etiqueta, trabalhava-se em tamanho natural e apesar do pequeno tamanho delas  não havia limites para as criações, então para a cartonagem foi um passo. Passei a desenvolver embalagens e é claro outras mídias impressas. Foi aonde aprendi tudo que sei sobre: gravação, chapas, clichês, fotolito, impressão, tintas, papeis, facas e até sobre as máquinas.
Na segunda parte como estava um pouco triste com as mídias impressas devido a chegada do computador, a criatividade em geral sofreu muito, pois os cliparts invadiram o mundo das artes gráficas, antes para se criar uma determinada mídia era preciso muita pesquisa em cima de livros, catálogos etc. Com o advento do computador isso veio a cair meio que em desuso, a urgência da globalização pela internet e a voracidade da competição tornou as artes um produto de tiragem, onde computador fazia tudo sozinho pela mente dos  leigos. O artista aos poucos foi sendo desvalorizado, tinha ganhado a alcunha de operador de computador. Foi aí então que parti para a área de estamparia, era outra forma de impressão, bem mais antiga, mas aonde a máquina virtual ainda não tinha corrompido a criatividade. Comecei fazendo arte final para estampas e a criatividade não tinha limites. A moda sempre esteve envolvida com a arte e as inovações em materiais e acabamentos vinham evoluindo, sempre havia uma novidade e isso me empolgava cada vez mais, as possibilidades chegavam a cada nova estação, motivos, tecidos, tintas, máquinas etc.

Mesmo envolvido com o mundo da moda ainda trabalhava em peças gráficas e algumas campanhas e tendo trabalhado como um artista da imagem há mais de 20 anos, tenho bastante experiência em criações de materiais gráficos: cartonagens: folders, catálogos, cartões, encartes, folhetos, anúncios, out-doors etc. Tenho larga experiência na área da serigrafia:  coleções de estampas, sacolas, adesivos, brindes, banners etc. Entre 1995/97, tinha montado um ateliê de silkscreem, adesivos, cartões, displays, brindes e muitas outras coisas que se podia fazer nessa area. E nesses anos todos com atendimento exclusivo e personalizado, integrando as várias facetas da comunicação visual, criando soluções específicas para concretização dos resultados esperados por cada cliente.

E agora numa nova fase lembrando que mesmo com toda essa bagagem ainda faltava algo, sempre falta mesmo. O meu percurso agora esta vinculado ao retorno ao início da carreira pois é a veia artística falou mais alto. Atualmente procuro ampliar o meu processo criativo e aprimorar o processo do desenvolvimento artístico também, pois sempre procurei aprofundar-me nos processos produtivos porque não adianta ser um bom designer e não conhecer o processo de produção e acabamento daquilo que se projetou. Aprender sobre os materiais e equipamentos que completam e dão o resultado final numa produção gráfico-artística é de um valor inestimável.

E apesar da saudade da prancheta, mas para não ficar para trás nesse mundo tecnológico aonde a informação voa, tive de me atualizar nas novas ferramentas da informática. Buscando sempre dedicar-me nas empresas que trabalhava e aperfeiçoar-me nas funções que exercia, isso refletiu em meu currículo profissional, alcançando em diversas empresas uma posição de destaque e respeito com os patrões e colegas. Em três delas comandava o departamento de criação ou diretor de criação como chamam hoje, desenvolvendo produtos e zelando pelo controle de qualidade, o atendimento a clientes e representantes, orientando os profissionais na confecção dos lay-outs, cuidando da conferência, da qualidade e realização dos processos produtivos do produto final.

Atualmente estudo o 5º período em Artes Visuais na UFMG com habilitação em Cinema de Animação e também Licenciatura em Artes Visuais. Pretendo continuar a trabalhar com design gráfico, me especializar também em vídeos publicitários, criação de personagens, elaboração de roteiros, elaboração de vídeos científicos e educativos além de trabalhar com a criação de materiais educativos em arte e produzir materiais didáticos diversos. O curso ainda me capacita para atuar como professor de arte, mas quem sabe, professor de arte formado é uma carência do Brasil e ensinar arte é muito gratificante, mas isso talvez possa ser numa outra fase.

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